Impactos da pandemia no setor de tecnologia catarinense
PLANO DE AÇÃO ACATE COVID-19
Desde que a pandemia da COVID-19 se agravou em Santa Catarina, em meados de março de 2020, a ACATE se mobilizou para realizar uma série de medidas em apoio ao setor de tecnologia.
Em menos de três meses, o Plano de Ação impactou mais de 15 mil pessoas, com ações divididas em sete eixos: Acesso ao Mercado; Financeiro; Renegociação com Fornecedores; Saúde Mental e Boas Práticas; Soluções Tecnológicas; Trabalhista; e Tributário. Em sua primeira fase, além de conteúdos assertivos e atualizados, que auxiliaram os associados na tomada de decisões, foram promovidos diversos webinars sobre temas relevantes para o cenário desafiador.
Em um segundo momento, por meio do ACATE União, a entidade focou seus esforços no atendimento mais próximo a empresas associadas que demonstraram maior dificuldade em enfrentar os impactos causados pela crise. E também lançou uma iniciativa voltada para a recolocação dos profissionais do setor, que foram desligados em decorrência da pandemia.
O ACATE Reconecta nasceu com o objetivo de facilitar a conexão entre esses profissionais e as empresas do setor que seguiam contratando.
Para entender as principais necessidades das empresas e, assim, agir com assertividade, a ACATE iniciou o Plano de Ação realizando uma pesquisa entre as associadas. As 93 respostas ajudaram a nortear a construção dos materiais de cada eixo de atuação e também trouxeram um primeiro panorama a respeito das principais dificuldades que as empresas estavam enfrentando no início da pandemia.
Os resultados mostraram, por exemplo, que 82% tinham interesse em receber mentorias na área da Saúde; 75,3% tinham dúvidas a respeito de benefícios tributários vigentes; 51,9% solicitavam mais informações a respeito do formato de trabalho home office; 48,8% buscavam crédito para capital de giro; e 33% dispunham de soluções para outros setores afetados pela crise. Das respondentes, 92% eram empresas associadas à ACATE.
Principais necessidades das empresas participantes da pesquisa inicial do Plano de Ação ACATE COVID-19
Principais destaques Plano de Ação COVID-19
Ao final de maio, os resultados das ações adotadas pela ACATE representaram:
Fonte: ACATE.
TECH
REPORT
PANORAMA
SETOR DE
TECNOLOGIA
CATARINENSE
2020
IMPACTOS DA PANDEMIA NO SETOR DE TECNOLOGIA CATARINENSE
Para entender os impactos provocados pela pandemia da COVID-19 no setor de tecnologia catarinense, a ACATE realizou uma segunda pesquisa junto a suas empresas associadas. Realizada em meados de maio de 2020, a pesquisa contou com 122 respondentes.
Das empresas de tecnologia participantes da pesquisa, 43,4% eram do segmento de serviços de software e TI; 8,2% de serviços de saúde; 5,7% de serviços profissionais e comerciais; 4,9% de varejo, comércio e serviços; 4,9% de educação; e 32,8% de outros segmentos.
Pouco mais da metade dos associados percebia baixo e médio impacto da pandemia nas atividades da empresa. Outros 29,5% consideravam que o impacto foi alto ou muito alto. Os que consideravam que o impacto foi muito alto atuam principalmente nos segmentos de serviços de software (32,1%) e educação (15,4%).
Segmentos de atuação das empresas de tecnologia associadas

Impacto da pandemia nos resultados do setor de tecnologia de SC (em %)
Fonte: ACATE.
Dentre os resultados, os impactos na produtividade e na relação com fornecedores foram considerados mais baixos que nas demais atividades.
Já no fechamento de novos contratos e aquisição de novos clientes, os impactos eram considerados muito altos (33,6%). Na relação com fornecedores, a maior parte dos associados não percebeu impactos (31,1%).
Nas atividades, as vendas tiveram impacto intenso: quase 80% dos respondentes indicaram impacto médio, alto ou muito alto. No setor financeiro, essa percepção se aplicava a 66,4% dos respondentes.
Em desenvolvimento e inovação, a maior parte das empresas entendiam que o impacto da pandemia seria baixo (31,1%).
Os associados apontaram que o crédito (45,9%), profissionais qualificados e a busca de investimentos, ambos com 32%, foram as três principais necessidades que surgiram em virtude do cenário de crise. Cerca de 8,2% dos associados consideravam que não seria necessário de nenhum tipo de recurso para enfrentar a pandemia.
Outras necessidades levantadas pelos associados contemplavam a abertura de novos mercados, a segurança para o retorno ao trabalho presencial, a subvenção em projetos de inovação e o apoio para marketing digital.
Impactos iniciais da pandemia nas atividades do setor de tecnologia de SC (em %)
Fonte: ACATE
Considerando que mais de 53% dos respondentes indicaram que têm a necessidade de crédito, investimentos ou garantias para a obtenção de crédito, a ACATE lançou, em março, o Fundo Garantidor ACATE (FGA).
Principais necessidades do setor no cenário provocado pela pandemia (em %)
O FGA é fruto de uma parceria entre a ACATE, o SEBRAE/SC e as Sociedades Garantidoras de Crédito GaranteNorte-SC e GaranteOeste-SC, com o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Seu objetivo é conceder garantia aos financiamentos a serem tomados por empresas associadas à ACATE, conforme critérios preestabelecidos.
É destinado, prioritariamente, a empresas de pequeno e médio porte, que geralmente não têm acesso a linhas de crédito por não atender aos requisitos exigidos pelas instituições financeiras, especialmente no que diz respeito às garantias.
Até o início de junho, 102 empresas haviam solicitado acesso ao FGA, 94 cartas de aptidão haviam sido emitidas, 29 estavam em processo de avaliação e quatro tiveram seu pedido aprovado.
Na área de recursos humanos, a maior parte das empresas adotou o home office (91%) para manter as atividades. O uso de plataformas colaborativas e reuniões on-line (78,7%) também foi uma prática recorrente no período. Outras medidas, como o uso de equipamentos da empresa em casa (64,8%) e horários flexíveis de trabalho (58,2%), foram adotadas pelos associados.
Fonte: ACATE.
Medidas adotadas na área de recursos humanos para enfrentamento da pandemia (em %)
Mesmo diante do cenário adverso, cerca de 16,4% das associadas realizaram contratação de novos colaboradores durante os primeiros meses da pandemia. Além disso, cerca de 7,4% adotaram outras medidas, como redução da jornada de trabalho e dos salários.
Entre março e junho, a maior parte dos colaboradores atuou diretamente de casa. Mas, com a liberação gradual das atividades, o intuito foi de permitir que os colaboradores voltassem a atuar na empresa.
A totalidade dos funcionários em home office foi uma prática comum para seis a cada 10 empresas nos meses de março e abril. Em junho, a expectativa era de que quatro a cada 10 empresas do setor tivessem todos seus colaboradores em home office.
Porcentagem de colaboradores atuando em home office
Fonte: ACATE.
Quanto à adoção de medidas para enfrentamento da pandemia, 48,4% dos respondentes afirmaram que adotaram benefícios tributários ou trabalhistas implantados pelo governo, 44,3% desenvolveram novo serviço e 13,1% passaram a atuar em um novo segmento.
Com o cenário adverso provocado pela crise, os associados percebem que os serviços de software e TI (17,2%), serviços de saúde (14,8%) e farmacêutico e pesquisa médica (13,1%) terão mais oportunidades ao longo da pandemia e quando a crise for superada.
Medidas adotadas nas atividades e serviços prestados para enfrentamento da pandemia (em %)
Segmentos com maiores oportunidades durante e após a crise (em %)
Fonte: ACATE
Com relação às políticas de auxílio de renda, linhas de crédito e financiamento criadas pelos governos federal e estadual, a maior parte dos associados entendia que tais políticas não foram capazes de provocar mudanças significativas no cenário econômico.
Sobre as medidas do Governo Federal, 26,2% dos associados consideraram positivas e 23,8% insuficientes. Já em relação às medidas do Governo Estadual, 13,1% consideraram positivas e 23% insuficientes.
Percepção em relação às políticas de auxílio do Governo Federal e Estadual
Fonte: ACATE